segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Um barco.....Por Dênis Caberlon

Um barco, navegando a esmo pelo desconhecido na imensidão do mar azul, levado pelas velas que adornam com vento que as acariciam vai trôpego em direção qualquer. Em dada posição geográfica, acaba por esbarrar em uma ilha. A Ilha. Desembarco e ancoro o barco. Numa avaliação geral, uma ilha como todas as outras: areia, coqueiros, vendo (bastante vento), pequenos animais que ali alimentam-se buscando abrigo - tendo minha estranha presença no seu constante restaurante. Caminho pela costa tentando entender a sua erupção em meio a tanto mar e até o momento me inspira ser quase um continente pela sua grandeza. Parto a caminhar na direção das árvores fronteiriças e me embrenho no seu interior, descobrindo ainda mais fontes de comida, animais nativos daquela enseada e, ao passo que caminho, vejo quão singular é a sua confecção, distribuição de flora e a complexidade como se forma tal monte, simplesmente gigante e rico (com uma cachoeira particular!) e surpreso, passo mais de dois anos a descobri-la. Em uma nave espacial, qual foguete impulsiona a cápsula ao desconhecido, na escuridão do navegar rumo ao infinito, por conseguinte, um planeta apresenta-se à frente. O Planeta Aterrissar em terras estranhas e diferentes, mais arenosa que as conhecidas praias, mais firmes do que nossas rochas, na leveza da ausência de gravidade. Fico sem ar ao que percebo beleza em assistir o universo a partir de outro prisma. Sem árvores, sem água e sem ar, porém com ímpar beleza na distribuição das cores do seu horizonte matizado pelos ácidos expelidos constantemente dos vulcões que povoam a sua superfície. Passo o resto do ano lunar descobrindo um mundo que daqui onde vivemos, não passa de um ponto brilhante, que ocorre sempre que procuro um escorpião desenhando pontos no céu negro terreno. Das passagens acima, apenas suposições - já que não serviria eu para encarar desafios de tal alcunha. Mas exemplificam de maneira muito completa o que é conhecer alguém. Instigar o desconhecido pessoal para então descobrir e surpreender-se com a capacidade de certas mentes em nos impressionar com tudo que possuem no seu interior, tantos detalhes, cores e sabores que jamais veríamos pela fachada fechada de um óculos, roupas e um tanto de tinta nos cabelos. Minha consideração mais consistente em relação ao que é possível de avaliarmos com certeza é, podermos ser mais completos, perfeitos quando deixamos as portas abertas, quando recebemos desbravadores e visitantes interessados em compreender-nos além da orla, margem da gravidade ou por um vidro côncavo que no máximo de sua possibilidade, aproxima a nossa fachada protegida por tantos filtros e desalinhos. Sei bem que todos tem seu sistema de proteção, seja pelos gases tóxicos de um planeta, pelos animais selvagens que defendem o interior de uma ilha ou ainda, pela carga de aculturação fornecida pelo meio em que vivemos, desde o nascimento. Temos nossos pré-conceitos, temos nossas medidas para manter estranhos distantes, temos armas e garras afiadas para impedir a atração e aproximação de qualquer estranho. Porém, do que vale proteger-se do desconhecido e perder a vida no entorno de nossas realidades pobres? Porque não permitir-se viver, abrir o leque de nossas amizades com a simples ação de deixar-se conhecer, interagir com o novo e tratá-lo como algo a ser descoberto. Poder deste, falar e analisar, ser analisado e claro, acabar com o nosso velho pensamento cheio de cálcicos e desatualizados conceitos sobre o que jamais provamos - como aqueles que dizem não gostar de uma fruto ou iguaria qualquer, porém, sem jamais tê-la provado. Prove a vida e descubra como é melhor conhecer outros ambientes que te façam sair da rotina da sua medíocre eco existência!

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