quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Corpo e alma

Fora do corpo e além da alma Fica um espectro oco com jeito de gente De gente que anda, que mexe, que acena, que pisca os olhos quando sente luz. De gente que tem vida sem viver; que está morta sem morrer. A mente empena em resposta do muito que já fez ou tentou; do que equacionou e quis. Talvez por já mais nada querer, ou fazer, ou tentar Talvez porque experimenta uma vontade sem quereres. Talvez porque a força se demitiu sem avisar. E o coração encerra-se a sensações e a palpites; perde a cor e o calor. E as mãos tacteiam sem intenção e sem tacto. Fecham-se para unir os dedos, para os agasalhar Mas já não há agasalho que aqueça, que aconchegue. Já não há aconchego que se faça sentir, que acarinhe E tudo se ausenta quando o corpo não sente a alma e a alma não encontra o corpo…

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