Sempre que leio os maravilhosos ensinos de Cristo, sou “brutalmente” confrontado em minhas atitudes e percepções. E sendo honesto, eu realmente tenho muito o que mudar. Muito mesmo.
Isso me traz muito discernimento e consciência de quem sou e do que preciso deixar para trás para refletir o Evangelho de Cristo em meu dia-a-dia, em meu interior e em minha atitudes.
Esse versículo em destaque me faz pensar acerca destas “segundas milhas” que sempre aparecem em nossa vida, mas que nem sempre são convidativas a trilhar. Na maioria das vezes são bem difíceis e cansativas.
Não é fácil insistir em ajudar pessoas que muitas vezes não se ajudam como deveriam.
Não é fácil se decepcionar com pessoas e estender a mão novamente.
Não é fácil estender a mão a quem te humilhou, a quem te ofendeu, a quem não dá valor ao que você faz. Não é nada fácil.
No exercício do ministério pastoral, essa é uma realidade constante: aconselhar uma pessoa por diversas vezes e aparentemente não ter nenhum resultado. Mas, quando essa pessoa lhe procura por passar um momento de desespero, você acolhe novamente, exorta novamente, perdoa novamente e trata novamente. Isso é bem presente em meu cotidiano.
Em contrapartida, ouço de muitos que sou muito “bonzinho”, que insisto demais, que perco meu tempo de mais com que não merece e claro, sou criticado por sofrer um desgaste que eu mesmo permito.
E esse é o questionamento central, em minha percepção, a respeito de caminhar a segunda milha.
Me pego pensando que não tenho o direito de não ajudar aqueles que me pedem. Nunca fui abandonado por Deus quando pedi misericórdia. Entendo claramente que caminhar a segunda milha é um privilégio, e entendo que todo cristão deveria ver isso como um privilégio também.
Claro que preciso ser coerente com meu tempo, e não vou desperdiçar meu tempo insistindo em ajudar quem não quer ser ajudado. Não posso viver a vida de ninguém e tomar atitudes por quem quer que seja.
Mas em minhas orações e devoções, eu peço a Deus pelo privilégio de caminhar a segunda milha com aqueles que precisam de alguém para se apoiar e para se firmarem na caminhada. Peço a Deus a oportunidade de ser útil ao Reino.
Peço a Deus que sonde minhas motivações e me oriente sempre, para que eu caminhe a segunda milha, como um filho que entende o que Pai espera de mim, e não como um servo que obedece emburrado e pela mera obrigação de obedecer. Que minhas motivações sejam honestas e genuínas diante de Deus.
De forma que caminhar a segunda milha, tem a ver com servir, tem a ver com ser útil ao próximo e dar sentido a sua vida.
É entender que o Ide de Cristo também consiste nisso, em caminhar com os soldados feridos na batalha, com aqueles que não estão suportando a batalha da vida, e que por diversas razões não tem conseguido caminhar.
Sim, eu gosto de caminhar as “segundas milhas”... Pois quando precisei de apoio para caminhar as minhas intermináveis milhas, Jesus nunca deixou de caminhar comigo.
E é nessa consciência que quero caminhar... E ajudar a quem for necessário a caminhar quantas milhas forem necessárias.
Orando sobre isso hoje! Pense nisso também!
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