domingo, 28 de junho de 2015

Entre a eternidade e o instante

Não voo

entre nuvens;

espero a chuva,

ciscando a relva...

Não sou

entre trovões;

espero o silêncio,

versando meu medo

na poesia muda do meu corpo trêmulo,

como bailam as folhas eivadas de vento...

Nada sei

entre livros;

respiro o azul,

aspirando o infinito

onde os deuses cantam

os epigramas do tempo...

Assim, vou

entre flores,

entre sonhos...

Minha pele sente 

o torpor & o êxtase,

o espanto e o canto.

E eu, menino de cera,

bailo no fio:

ora, me faço mel entre abelhas;

ora, me vejo longe,

entre o instante e a eternidade,

ajoelhado nas asas de uma borboleta...  

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